Eu tenho o meu próprio kit. E você?

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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Hepatite C terá novas opções de tratamento

23/11/2012 - 04h55
DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"


Um novo grupo de medicamentos contra hepatite C pode permitir tratamentos mais curtos e com menos efeitos colaterais, segundo resultados de testes apresentados no Congresso da Associação Americana para o Estudo das Doenças do Fígado, realizado em Boston (EUA) no início deste mês.

O combate à hepatite vem sendo reforçado por novas drogas, como os antivirais de ação direta Boceprevir e Telaprevir, que foram aprovados no Brasil em 2011 e devem começar a ser distribuídos na rede pública em 2013.

Os remédios têm como alvo partes do vírus envolvidas em sua multiplicação.
Apesar de apresentarem eficácia alta no combate à infecção (80% de chance de cura), esses dois medicamentos ainda precisam ser administrados junto com a dupla de drogas usada já há anos no combate à doença.

Assim, o boceprevir ou o telaprevir se somam à ribavirina, que controla a multiplicação do vírus causador da doença, e ao interferon, um modulador do sistema imune que evita a resistência ao tratamento.


Editoria de Arte/Folhapress

EFEITOS COLATERAIS

De acordo com o hepatologista Raymundo Paraná, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia), a combinação desses medicamentos causa alterações do paladar, alergias e anemia.

"Cerca de 60% dos pacientes têm anemia. Na maior parte dos casos, é possível administrar isso, mas 5% precisam realizar transfusões."
Uma das vantagens da "terceira geração" de drogas que está em testes agora é a possibilidade de uma terapia feita sem o interferon, fonte de efeitos colaterais debilitantes para os pacientes.

Isso é possível, segundo Paraná, porque os medicamentos novos são mais potentes que o boceprevir e o telaprevir e não permitem que o vírus se torne resistente.

O hepatologista Edison Parise, presidente-eleito da Sociedade Brasileira de Hepatologia, destaca, além da redução dos efeitos colaterais, o tempo menor do tratamento. O boceprevir ou telaprevir são usados por até um ano.

As pesquisas dos novos medicamentos, que devem levar até três anos para entrar no mercado, mostram que os tratamentos podem ser completados em três meses ou em um prazo até menor.
Além disso, diz Parise, o novo esquema vai ser uma opção para os doentes que não respondem mais ao interferon, o que inviabiliza os tratamentos atuais.
Quatro indústrias farmacêuticas têm medicamentos dessa classe em teste. Centros brasileiros foram qualificados para entrar nas pesquisas, mas ainda não conseguiram. Parise (que é professor associado da Unifesp) e Paraná atribuem isso à demora nos trâmites burocráticos.

Ainda estão em avaliação as melhores combinações dos novos antivirais. Parise compara os novos esquemas sem interferon ao coquetel anti-HIV. "Como no coquetel, vamos usar esses inibidores de protease e polimerase, que são remédios complementares, evitando a resistência. A vantagem do HCV em relação ao HIV é que, uma vez que você o erradica, ele não volta."


Pacientes em estado mais grave receberão remédios contra hepatite C

23/11/2012 - 05h02
DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"
Folha Equilíbrio e Saúde


A rede pública de saúde vai começar a distribuir os antivirais Boceprevir e Telaprevir, aprovados em 2011, para doentes com hepatite C em estágio mais avançado da doença. O Ministério da Saúde estima que cerca de 5.500 pessoas devam se encaixar nos critérios para começar a receber os remédios.

O hepatologista Raymundo Paraná, destaca, no entanto, que o SUS terá de se preparar para administrar os efeitos colaterais que serão apresentados por esses pacientes. Os problemas decorrentes do tratamento são especialmente graves nos doentes com cirrose hepática, mais sujeitos a infecções.

"Os especialistas em hepatologia são escassos e muitos médicos não têm expertise para lidar com pacientes com doença hepática avançada."

O infectologista Dirceu Greco, diretor do departamento de DST, Aids e hepatites virais do Ministério da Saúde, afirma que os antivirais vão começar a ser distribuídos nos centros que já têm estrutura e profissionais preparados para isso. Depois, a distribuição será ampliada.
No entanto, afirma Greco, espera-se que essa terapia tenha vida curta, porque os novos antivirais que dispensam interferon devem ser aprovados nos próximos anos.

Para ele, é importante que o Brasil participe dos estudos das novas drogas, para preparar os profissionais. A demora na aprovação dos testes, relatada pelos médicos, é sempre uma queixa, diz Greco. "Se os pedidos são feitos em tempo hábil, é possível conseguir aprovação."


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Consulta no CRT - Santa Cruz

Conforme agendado estive hoje no CRT Santa Cruz para consulta com o médico infectologista. Levei meus últimos e exames e me atualizei sobre a chegada dos novos medicamentos (inibidores de protease). 

Novidades sobre os remédios? Nenhuma! Apenas que está previsto apenas partir de fevereiro/2013. Ele ainda comentou que há pessoas que conseguiram os remédios através do convênio médico particular, mas que foi necessário entrar na justiça. Eu honestamente prefiro não entrar nesse mérito, até porque tenho planos de engravidar ainda neste ano (se Deus quiser!). 

Já faz 6 meses que interrompi o tratamento e estou super bem. Não sinto mais nenhum efeito da Ribavirina e do Interferon e até ganhei peso. 

Com a interrupção do tratamento minha carga viral aumentou para 256.954 Ul/mL / 5,41 Ul em log/mL (o exame anterior estava em 26.457 Ul/mL / 4,42 Ui em log/mL). Os demais exames estão ok e dentro da normalidade.

Incrível como ando tão desencanada e despreocupada com a doença, que até parece até que ela não está dentro de mim. Não sei se isso é bom ou ruim, mas só sei que estou bem e procuro viver da forma mais saudável possível. Não bebo, não fumo e tenho bons hábitos alimentares. Só preciso deixar a preguiça de lado e fazer exercícios. A vida estressante que levava no trabalho acabou! Nesse resto de ano decidi tocar o projeto "minha saúde e meu bem estar". 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

SUS terá mais dois novos medicamentos contra hepatite C

Mais de 5 mil pacientes serão beneficiados. Ministério lança ainda concurso cultural de prevenção contra hepatites em salões de beleza, estúdios de tatuagem e ação em partida de futebol.

Dois novos medicamentos contra hepatite C serão incluídos no Sistema Único de Saúde (SUS). Mais modernos e eficazes, o Telaprevir e o Boceprevir devem beneficiar 5,5 mil pacientes, todos portadores de cirrose e fibrose avançada, que fazem parte do grupo de maior risco de progressão da doença e de morte. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (25), pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante lançamento de campanha nacional contra hepatites virais na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Brasília (DF). “Essa é mais uma das atividades realizadas em conjunto com os atores do sistema saúde para romper com o silêncio em relação às hepatites virais no mundo inteiro. Esta é uma doença silenciosa sem sinais ou sintomas e por isso precisamos nos esforçar para ações de prevenção e diagnóstico”, disse Padilha.

O ministro ainda apresentou os dados epidemiológicos mais atualizados das hepatites A, B, C, D e E. Cerca de 33 mil casos de hepatites são notificados anualmente.

Com o tema “As hepatites podem estar onde você menos espera”, a campanha marca o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, comemorado no sábado (28). Prevê uma série de ações de diagnóstico e prevenção, entre as quais, a ampliação de testes rápidos de diagnóstico e a promoção de um concurso que vai premiar trabalhos artísticos realizados por manicures e tatuadores em unhas e tatuagens com mensagens de prevenção às hepatites. O concurso incentiva boas práticas para prevenção da doença em salões de beleza e estúdios de tatuagens, e divulgação de cartazes e folders orientando a população em diferentes locais e eventos. Os novos medicamentos, direcionados ao tipo C, que devem estar disponíveis no SUS no início de 2013, e fazem parte da classe de inibidores de protease, a mais moderna para combater a doença em todo o mundo. O telaprevir e o boceprevir têm uma taxa de eficácia de 80% − o dobro do sucesso obtido com a estratégia convencional utilizada atualmente, que associa dois medicamentos, o Interferon Peguilato (injetável) e a Ribavirina (via oral), cujo tratamento tem duração de 48 a 72 semanas. Os novos medicamentos são administrados oralmente, e têm duração de até 48 semanas.

“Esse é um passo decisivo para o tratamento das hepatites que vai possibilitar aos brasileiros a oportunidade de receber o que há de melhor em relação ao tratamento das hepatites no país”, ressaltou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

No Brasil, há cerca de 1,5 milhão de pessoas infectadas pela hepatite C, que é responsável por 70% das hepatites crônicas, 40% dos casos de cirrose e 60% dos cânceres primários de fígado. Da infecção até a fase da cirrose hepática pode levar de 20 a 30 anos, em média, sem nenhum sintoma.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sem novidades

No último 21/06, dia do meu aniversário, foi minha consulta do CRT Santa Cruz.

Munida de todos os meus exames, fui mais uma vez em busca de novidades sobre o tratamento com as novas drogas.

O fato é que não há novidades. Tanto o Boceprevir como o Telaprevir ainda não foram liberados para distribuição no SUS, e que possivelmente esses medicamentos devam chegar até o final do ano. Tudo está nas mãos do governo.

Essa demora me preocupa, pois eu gostaria de muito de engravidar. A idade avança (fiz 40 anos), e tanto eu e meu marido desejamos muitos um bebê. 

Perguntamos ao médico sobre os riscos da gravidez e da probabilidade de se passar a doença para o bebê. Foi dito que há riscos, mas não há como medir, como também pode-se ou não passar a doença para o bebê. Ou seja, teríamos que arriscar!

Bom, essa é uma decisão que tomaremos juntos.

No dia 18/10 retorno em consulta no CRT Santa Cruz.

sábado, 2 de junho de 2012

Consulta no SUS

Após o término da greve do SUS, eu consegui finalmente ser atendida. Na última terça, 29/05 estive com o médico da unidade para saber minhas opções de tratamento da hepatite C.

Bom, pra começar, fiz uma trapalhada: com a vida louca que ando vivendo no trabalho, acabei esquecendo todos os meus exames realizados em casa.

E como foi o bate papo com o médico? Bom, foi o que eu imaginava. Que as opções são os inibidores de protease como o Telaprevir ou o Boceprevir, que essas drogas estarão disponíveis apenas para os pacientes com grau de fibrose F3 e F4, que a Anvisa já aprovou e entrada desses medicamentes e que em 180 dias deve estar disponível no SUS.

Uma das minhas preocupações era se o dano podia mudar de estágio. Ele me tranquilizou dizendo que para chegar no F4 levaria uns dez anos, isto é, sem fazer consumo de álcool, ter uma vida saudável, etc.

No próximo dia 21/06, quando terei outra consulta, é o meu aniversário, e eu espero nesse dia receber um presente. Um presente chamado boas notícias que me tragam a cura!

sábado, 19 de maio de 2012

19 de maio: Dia Internacional das Hepatites

Hoje, 19/05, é o Dia Nacional de Luta contra as Hepatites Virais. O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro receberá nesta noite uma iluminação especial em amarelo e vermelho para alertar toda a população sobre os riscos da hepatite C

Se contrai hepatite C através do contato com sangue contaminado em transfusões, uso de materiais não esterilizados seja por dentista, manicures, pedicures e estúdios de tatuagens piercings. Compartilhar escovas de dente, lâminas de barbear, seringas, de escovas de dentes podem favorecer a transmissão da doença.

De acordo com a Associação Brasileira dos Portadores de Hepatite, cerca de 3 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de hepatite viral, apenas 5% sabem que estão doentes. Para quem ainda não fez o exame,o SUS faz gratuito. 
 Não fique na dúvida, não perca tempo. Vá fazer o exame!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Um mês de tratamento interrompido

Olá!

No último 04/05 fez 1 mês que interrompi o tratamento com o Interferon Peguilado e a Ribavirina.

Todos os dias vasculho a web para buscar informações e novas notícias sobre os inibidores de protease.

Estou aguardando o SUS retornar da greve para descobrir se tenho opções e que caminho deverei tomar daqui pra frente.

No geral, estou bem. Não sei dizer se ainda sinto os sintomas das drogas que tomava, mas meu cabelo ainda cai bastante. Aquela irritabilidade que me consumia há semanas desapareceu, finalmente! Não tive mais insônia e durmo bem. 

domingo, 29 de abril de 2012

Relatório: Inibidores de Protease (Boceprevir e Telaprevir) para o tratamento da Hepatite Crônica C

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Rel_IP_HepatiteC.pdf

Foi publicado agora no mês de Abril de 2012, na página do Ministério da Saúde - Secretaria da Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos um Relatório de Recomendação da Comissão Nacional de Incorporação e Tecnologias no SUS - Conitec -01, sobre os Inibidores de Protease (Boceprevir e Telaprevir) para o tratamento da Hepatite C Crônica.

O relatório de 87 páginas, "define os critérios e prazos para a incorporação de tecnologias no sistema público de saúde. Define, ainda, que o Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias – CONITEC, tem como atribuições a incorporação, exclusão ou alteração de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica", além disso, explica com detalhes o perfil de pacientes que receberão o tratamento com inibidores de protease.

Uma notícia que certamente desagradará a muitos, é que os portadores de fibrose ≤ F2 deverão receber o tratamento convencional (peginterferona + ribavirina). Se não não responderem ao tratamento, devem aguardar o desenvolvimento de novos antivirais.

A indicação de inibidores da protease no SUS considera dois grupos de pacientes: a) retratamento daqueles que não responderam ao tratamento convencional no passado; b) pacientes em seu primeiro tratamento que não atingiram resposta virológica completa avaliada na semana 4 e/ou na semana 12.

De forma geral, na ausência de contra-indicações ao uso de inibidores da protease, sua introdução para o retratamento está recomendada para pacientes que obedecem TODOS os seguintes critérios:

1. Monoinfecção com HCV;
2. Genótipo 1; 3.Fibrose hepática avançada (F3 ou F4) ou evidências por métodos de imagem ou endoscópicas de cirrose;*
4. Doença hepática compensada;
5. Pacientes recidivantes, resposta parcial ou nulos de resposta ao tratamento peginterferona e ribavirina;
6. Ausência de tratamento prévio com IP.

Qualquer um dos inibidores da protease registrados no Brasil (telaprevir ou boceprevir) está indicado para o tratamento de pacientes monoinfectados pelo HCV, Genótipo 1, condicionado ao medicamento de menor custo nas seguintes situações:
1- Pacientes com classificação histológica F3 em retratamento, exceto os nulos de resposta;
2- Pacientes com classificação histológica F3 em seu primeiro tratamento e que não atingem resposta virológica completa na semana 4 e/ou 12, exceto os nulos de resposta.

Em síntese, as indicações para estes medicamentos no SUS são:

1- Telaprevir para pacientes cirróticos, definido por biópsia hepática com classificação histológica F4 ou sinais endoscópicos e/ou de imagem indicando cirrose, que estejam: a) em retratamento ou b) em seu primeiro tratamento não atingindo resposta virológica completa na semana 4 e/ou 12;
2- Telaprevir para pacientes nulos de resposta ao tratamento convencional quer sejam F3 ou F4;
3- Boceprevir como alternativo nas situações descritas nos itens 1 e 2 deste quadro, em caso de intolerância ao telaprevir que exija sua interrupção;
4- Boceprevir ou Telaprevir em pacientes F3 em retratamento ou em seu primeiro tratamento quando não atingem resposta virológica completa na semana 4 e/ou 12. A definição do Ministério da Saúde dependerá de negociação de preço e será escolhido para este grupo o medicamento de custo mais baixo.

O relatório está em .pdf. Para obtê-lo acesse o site do Portal da Saúdehttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Rel_IP_HepatiteC.pdf

sábado, 28 de abril de 2012

SUS em greve

E a consulta marcada para o último 26/04 foi cancelada. O SUS está em greve e sem previsão de retorno.

Me recomendaram telefonar esporadicamente para me atualizar sobre o término da paralisação, para daí sim, remarcar uma nova consulta.

Infelizmente terei que esperar. 
Triste!

:o(

terça-feira, 24 de abril de 2012

Campanha das hepatites - Maio de 2012



Veja o material que será distribuído em: http://www.hepato.com/campanha_2012.html 

Participe da Campanha 2012 de divulgação das hepatites no mês de maio. 

Pelo 10º ano consecutivo a sociedade civil organiza o movimento do mês de maio, originalmente chamado de Dia Internacional das Hepatites, realizado no dia 19, mas agora ampliado para toda a segunda quinzena do mês, passando a ser chamado de MAIO - MÊS DE CONSCIENTIZAÇÃO NAS HEPATITES. 

 O mês de maio como MÊS DE CONSCIENTIZAÇÃO NAS HEPATITES já foi decretado como data oficial pelo governo dos Estados Unidos. Outros países estão no mesmo caminho. 

No dia 28 de julho será comemorado o Dia Mundial fixado pela OMS, mas como em julho os países de Europa e América do Norte estão no período de férias de verão fica difícil realizar grandes atividades, a repercussão é pequena, motivo pelo qual acharam por bem manter as tradicionais atividades de maio.

Podem organizar campanhas de divulgação, alerta e conscientização as associações de pacientes, postos de saúde, centros de testagem, hospitais, universidades, clubes, empresas e voluntários individuais. Os que estiverem interessados podem requisitar material impresso. Este ano dispomos de um folheto explicativo para hepatite B, outro para hepatite C, um banner e um cartaz alertando sobre a necessidade de na próxima consulta realizar os teste. O cartaz chama a atenção para a hepatite C, mas quem testa uma acaba fazendo testes das hepatites A, B e C. 

Fazer um cartaz misturando todas as hepatites confunde. Estamos decidindo em que mês será distribuído um cartaz alertando sobre a hepatite B. O material que será distribuído pode ser visto nos seguintes links: 

SUS em greve?

Recebi uma ligação do SUS na semana passada recomendando que antes de eu ir à consulta marcada no próximo dia 26/04, eu primeiramente checar se o SUS ainda estaria em greve.

Puxa vida, mais essa agora? Eu continuo sem opção, e essa consulta talvez possa me mostrar o caminho a  tomar...

De saúde estou relativamente bem. Os sintomas de irritabilidade passaram, mas o stress no trabalho ainda é grande. Meu cabelo continua caindo bastante (fui ao cabeleireiro na semana passada e ele notou que estou com muita queda. não falei nada pra ele sobre minha doença).

Caí em tentação nesse final de semana. Não resisti e na última sexta tomei uma cervejinha, e no domingo pedimos uma pizza, e tomei duas taças de vinho. Fiquei com um enorme peso na consciência e prometi pra mim mesma não colocar nada de álcool na boca!

Sinceramente confesso que é muito difícil abdicar dos prazeres da vida, e o vinho é um deles. Bebemos por prazer, mas sem exageros. Eu e meu marido adoramos vinho e temos alguns belos exemplares guardados. Ele acaba não tomando por solidariedade a mim. Ele está comigo e isso me conforta!

sábado, 14 de abril de 2012

‘This is hepatitis...’ Blog

‘This is hepatitis...’ Blog

Vou ter que esperar mais um pouco...

Imprevistos acontecem, até para se passar em uma consulta com o médico...

Bom, não deu certo meu atendimento no último dia 13/04. O médico do SUS teve um imprevisto e não pode me atender, então vou ter que esperar mais um pouco. 

Uma nova consulta foi reagendada para o dia 26/04.

Depois de duas terríveis semanas após interromper o tratamento, avalio que aquele choque inicial da bombástica notícia de que eu não respondi ao tratamento já passou. Me sinto anestesiada e por incrível que pareça eu nem penso tanto na doença. Por um lado, isso é bom, pois acredito que não ficar se atormentando faz bem para a cabeça, e consequentemente, para o corpo.

Mas não posso deixar de registrar que essas duas primeiras semanas foram muito difíceis para mim. Não sei explicar, mas tive umas reações muito estranhas, que preciso esclarecer logo com o meu médico para saber se é a falta dos remédios ou se foi pelo fato de eu ter começado com o anticoncepcional (estou usando em adesivo). Eu cheguei a pensar também se não era crise de abstinência pela falta da Ribavirina e do Interferon. Senti formigamento e moleza no corpo por quase 3 dias, indisposição total e muitas dores de cabeça. Agora já estou melhor.

Quanto aos outros efeitos, meu cabelos ainda caem muito. Toda vez que os lavo, se vão tufos e mais tufos de cabelos. E quando eu os penteio, lá se vão mais uns punhados. Eu também tenho tido sono agitado e insônia. Já faz tempo que não tenho um sono bom... 

Quanto ao atendimento e a espera do tratamento, eu continuo na expectativa. Todos os dias verifico na internet alguma novidade ou notícias sobre o novo tratamento. É até um pouco desanimador, porque nenhuma novidade é publicada...

domingo, 8 de abril de 2012

Quais minhas opções?

Já fez 4 dias que parei o tratamento. 

Tudo parece um vazio sem fim. Digo isso porque não há perspectivas, prazos e respostas de quando iniciarei um novo tratamento.

Hoje eu não tenho opções. Quer dizer, essas opções até existem, mas ainda não estão ao meu alcance. Essas opções são as novas drogas, o Telaprevir ou o Boceprevir.

Na próxima sexta 13, retornarei ao SUS para passar com um dos médicos para ouvir o que eu quero ouvir: tratamento para a cura.

Tenho avidamente buscado informações diariamente sobre a distribuição dessas novas drogas, mas pouco conteúdo tenho encontrado.

Enquanto isso, minha busca incessante pela cura irá continuar. 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sou um "não respondedor"

Hoje foi um dia de muito ansiedade, pois estava louca pra chegar a hora da consulta ao infectologista. Foram 12 semanas de tratamento com o Pegasys e a Ribavirina.

Munida dos exames, cheia de esperanças e de uma resposta positiva, tive infelizmente uma resposta que me deixou muito triste: não respondi ao tratamento. 

Foram 3 meses de muitas expectativas, mas, a Carga Viral não reduziu o suficiente para a continuidade do tratamento. O médico fez as contas e chegou-se a 1,32, sendo que o aceitável é 2,0.

Os resultados:

  • Hepatite C (HCV) - carga viral: 26.457 UI/mL - 4,42 UI em log/mL
  • Transaminase Pirúvica: 28 U/L
  • Transaminase Oxalacética: 25 U/L

Se comparado ao 1º exame, tive uma redução significativa em todos os valores de referência, mas não o suficiente para continuar com o tratamento.Disse que eu deveria parar com o tratamento, pois não adiantaria continuar. Até porque, o próprio SUS numa auditoria pediria meus exames para comprovar a eficácia do meu tratamento e o suspenderia.

Minhas opções, disse o médico, tratar com o Boceprevir ou o Telaprevir. Esses dois medicamentos ainda não são distribuídos pelo SUS. A ANVISA já os aprovou, e em breve, com previsão ainda para este ano, disse o médico, será distribuído.

Eu deveria começar o tratamento novamente, por 11 meses, com a Ribavirina, o Pegasys, o Boceprevir ou o Telaprevir.

Minhas perguntas foram desde se poderia piorar e ter cirrose (meu grau de fibrose é F3), da demora dos remédios, de quando esses remédios estariam disponíveis, etc.

Disse para eu manter a calma que eu conseguiria, que não era motivo para desespero e que as minhas Transaminases estavam bem controladas. Recomendou que eu fosse ao SUS para conversar com o médico responsável para saber minhas opções e até mesmo saber sobre chegada dessas novas drogas. O médico ressaltou que há uma pressão muito grande por parte dos hepatologistas e infectologista na liberação desses medicamentos. Disse também que há outras opções para conseguir o tratamento com o Boceprevir ou o Telaprevir: entrar na justiça. Eu espero não precisar fazer isso.

Por fim, aproveitei a consulta para tomar a 3ª e ultima dose da vacina para as Hepatites A e B. 

Bom, amanhã inicio uma nova luta em busca da cura. Não desistirei!







terça-feira, 3 de abril de 2012

PCR Quantitativo para Hepatite C e etc.

Acordei cedinho hoje e antes do trabalho fui coletar sangue para os exames:

  • Creatinina
  • Glicose
  • Hemograma
  • PCR Quantitativo para Hepatite C
  • Transaminase Pirúvica - TGP (ALT)
  • Transaminase Oxalacética - TGO (AST)
  • TSH Ultra Sensível 
Na próxima quarta 4, retorno ao infectologista para levar o resultado dos exames. 

Confesso que estou ansiosa, pois o resultado do PCR decidirá a continuidade do tratamento com a Ribavirina e o Pegasys.

Estou muito otimista e esperançosa por um resultado positivo.

Nessa consulta tomarei a 3ª e última dose da vacina para as hepatites A e B. 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Décima primeira semana 20 a 26/03/12

Foi uma semana difícil: hotel lotado, provas pra fechar o penúltimo trimestre da pós-graduação, dor de cabeça e nas costas. A queda de cabelos persiste. Como tenho uma vasta cabeleira, não acredito que tenha que tomar uma medida mais drástica. Espero que não.

Está quase chegando o dia de repetir os exames para verificar a eficácia do tratamento. Na sexta 27/03 tomarei a 20ª injeção do Pegasys, e na segunda, 02/04 pela manhã farei os exames.

Estou ansiosa!

Por fim, não vejo de chegar o feriado da semana santa pra descansar.

Décima semana: 16 a 22/03/2012

Semana não muito diferente da anterior.

Continuo percebendo queda de cabelos. O médico já tinha me orientado a evitar tratamentos químicos (tintura e afins), pois a queda era um dos efeitos colaterais.

Já perdi 3 kilos desde que iniciei o tratamento. Não estou fazendo nenhuma dieta especial, apenas cortei o refrigerante (agora só tomo de vez em quando e somente aos finais de semana).

Procuro levar uma vida saudável e não cometo exageros.

Antes do início do tratamento eu corria junto com meu marido. Estava iniciando e evoluindo no tempo, mas quando iniciei o tratamento, dei uma pausa para ver como seriam os efeitos do tratamento. 
Como médico me liberou recentemente, não retomei ainda com as atividades, porque chego tão cansada do trabalho que não tenho disposição pra nada. Isso sem falar que estou sempre com dores de cabeça. Mas eu quero voltar!

Nona semana: 09 a 15/03/2012

Definitivamente o Brasil começa a acordar após o Carnaval.

Eu gerencio um hotel na cidade de São Paulo e já sentimos o país começar a trabalhar. Feiras, congressos, eventos... Dificilmente encontra-se um quarto num hotel na capital. 

Hotelaria é o que sei fazer e onde amo estar. Mas confesso que tem sido cada dia mais difícil suportar o stress. As vezes penso se são os efeitos dos remédios que estão mexendo com minha tolerância e causando uma irritabilidade sem tamanho.

Uma das coisas que venho aprendendo é prestar atenção no meu comportamento. Procuro registrar os efeitos, meu estado de espírito, as sensações, as reações, etc. Muitas dessas sensações eu venho compartilhando aqui, nesse diário.

A dor de cabeça não apareceu nessa semana, mas, em compensação, tenho tido muita moleza no corpo pela manhã. Não dá vontade de levantar da cama de jeito nenhum! 

Meu apetite por dormir vem cada vez mais diminuindo. Sono leve, acordo com por qualquer coisa. Acordar as 10:00/11:00 aos finais de semana? Acabou!

Oitava Semana: 01 a 08/03/2012

Por causa de uma viagem de trabalho, tive que antecipar em 1 dia a injeção. Antes, consultei meu médico que recomendou seguir com regularidade o tratamento e sempre tomar o Interferon no mesmo dia e horário e que 1 dia apenas não teria maiores problemas.

Estou em dúvida se sou ou não afortunada, afinal, não tenho sentido tanto os efeitos do remédios. Mas, ao mesmo tempo, também me preocupa, pois se não sinto os efeitos, é porque os remédios não estão fazendo efeito... 

Bom, são dúvidas da minha cabeça, que prefiro tirar logo mais com o médico. 

Não adianta eu imaginar coisas que não existem! Cada organismo tem uma reação e o médico e os enfermeiros do SUS já me disseram que cada paciente reage diferente. Os sintomas podem vir  no início, no meio, no final do tratamento ou até não vir.  

Essa foi mais uma daquelas semana de stress total motivado pelo trabalho (de novo!). É, eu preciso relaxar mais...

Tive dores de cabeça muito fortes no sábado e no domingo. Tomei alguns comprimidos de paracetamol e  fiquei melhor.
A minha irritabilidade tem me deixado insuportável, a ponto de explodir. São os sintomas da TPM pra somar.
Comecei a perceber queda de cabelo. Quando lago os cabelos, costumo desembaraça-los com um pente no chuveiro. Nunca vi sair tantas mechas. Não está normal. Vou começar a notar melhor.



domingo, 25 de março de 2012

Resultado dos Exames

No dia 29/02 fui com meu marido ao infectologista para que ele explicasse os exames.

Eis os resultados:

  • Glicose: 84mg/dl
  • Creatinina: 0,78mg/dl
  • Ferro: 170 ug/dl
  • Transaminase Pirúvica: 37 U/L
  • Transaminase Oxalacética: 29 U/L
  • Hemograma com Contagem de Plaquetas: tudo ok
  • Hormônio Tireoestimulante: 1,43 uUI/mL
  • Vitamina D: 34,0 ng/mL
  • Hepatite C (HCV) Carga Viral: 62.403 UI/mL - 4,80 UI em log/mL  
Ele explicou que estava tudo Ok, com exceto o da Carga Viral que ainda não havia reduzido significantemente. Explicou ainda que eu deveria repeti-los na 12ª semana do tratamento. A continuidade ou não do tratamento dependerá da redução do "log/mL". 

Ele deixou bem claro que se caso não haja redução para 2 log, eu me enquadraria nos pacientes "não-respondedores", que o tratamento deverá ser descontinuado e outra opção de tratamento deverá ser adotada.

Confesso que meu mundo caiu quando ouvi essa notícia. Claro que ainda havia algumas semanas de tratamento e que eu deveria torcer para que desse certo, afinal era mais uma chance.

A outra opção de tratamento, disse o médico, ainda não existe. As novas drogas como o  Boceprevir e o Telaprevir eram essas opções. Esses medicamentos já foram autorizados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), são caros, mas ainda não estão sendo distribuídos gratuitamente pela rede pública. Ele ressaltou que há milhares de pacientes "não-respondedores" a espera desse tratamento.

O Boceprevir e o Telaprevir são inibidores de protease e impedem a replicação do vírus.



Exames e expectativas


No dia 24/02 fui coletar sangue para saber como anda tratamento. 

O médico pediu: 

Glicose, Creatinina, Ferro, Transaminase Pirúvica, Transaminase Oxalacética, Hemograma com Contagem de Plaquetas, Hormônio Tireoestimulante, Vitamina D e a Hepatite C (HCV) Carga Viral. 

Estou na expectativa de bons resultados .

Sétima semana: 24 a 29/02/2012

Tive fortes dores de cabeça neste final de semana.

As tensões do trabalho tem me deixado de pavio curto. Penso ser os efeitos dos remédios. A irritabilidade tem estado muito presente nesses últimos dias. Daí, junta a TPM e tudo parece ficar maior...

Sensibilidade a flor da pele: estou muito chorosa.



Sexta semana: 17 a 23/02/2012

Fui caminhar na terça 21. Caminhada leve, de 20 minutos.

Continuo muito estressada com o trabalho.

Tive insônia: acordei as 03:00 e não conseguia mais dormir. Liguei a TV, assisti um filme. Tive fortes câimbras nesta noite.

Dor de cabeça na sexta.

Quinta semana: 10 a 16/02/2012

Essa foi a semana que menos senti os efeitos dos remédios. Apenas uma leve dor nas costas e uma forte dor de cabeça na quarta 15, me incomodaram. 

O stress no trabalho persiste. 

Minhas aulas da pós graduação recomeçaram no dia 13/02.

Todos os dias eu penso: "preciso cuidar mais de mim", "preciso ir com mais calma"...

sexta-feira, 23 de março de 2012

Novas drogas aumentam taxa de cura de pacientes com hepatite C - Saúde - Notícia - VEJA.com

Novas drogas aumentam taxa de cura de pacientes com hepatite C - Saúde - Notícia - VEJA.com
28/09/2011 - 14:34

As drogas boceprevir e telaprevir devem estar disponíveis no país até 2012.

Pacientes diagnosticados com hepatite C e que não respondem aos tratamentos atuais poderão ter uma nova esperança de cura com o lançamento de novas drogas conhecidas como antivirais de ação direta – o boceprevir e o telaprevir. Os novos medicamentos são inibidores de protease, que impedem a replicação do vírus e impossibilitam o progresso da doença. Segundo os resultados dos estudos finais, enquanto o tratamento convencional curava entre 40 e 45% dos pacientes, a combinação com os novos medicamentos cura entre 70 e 75%. Até agora, pacientes com hepatite C eram tratados com interferon, um quimioterápico que estimula o sistema imunológico, associado ao antiviral ribavirina. A partir do lançamento das novas drogas, o tratamento será feito com terapia tripla – os dois já existentes combinados com as novas drogas.

"Os medicamentos serão válidos tanto para os pacientes que nunca foram tratados como também para aqueles que já tomaram o remédio e não responderam ao tratamento. Do total das pessoas tratadas com os medicamentos atuais, 60% receberam remédio e não foram curados", diz Maria Lúcia Ferraz, infectologista e coordenadora da Casa da Hepatite da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Essas drogas são voltadas para o genótipo 1 da hepatite C – responsável por 70% dos casos da doença no país. Outro benefício da nova droga é a redução do tempo total de tratamento – atualmente, varia entre um ano e um ano e meio. Os novos remédios poderão ser utilizados por três meses e seis meses, no caso do telaprevir e boceprevir, respectivamente. Se apresentarem boa resposta ao medicamento, os pacientes não precisarão prolongar o tratamento.

Efeitos colaterais — Apesar de inovadoras e com resultados extremamente positivos no quesito cura e duração de tratamento, as novas drogas não reduzem os efeitos colaterais de quem faz o tratamento. Pelo contrário, o boceprevir potencializa a anemia nos pacientes tratados e o telaprevir adiciona problemas dermatológicos como o rash cutâneo, uma vermelhidão na pele que pode provocar coceiras.

"Os médicos vão ter que escolher entre os dois medicamentos e isso vai depender da praticidade do uso e também dos efeitos colaterais de acordo com a história de cada paciente", diz Fernando Gonçalez, coordenador do grupo de estudos das hepatites virais da Universidade Estadual de Campinas. Como os medicamentos são novos até mesmo no exterior, ainda não há muita experiência internacional para ser utilizada pelos médicos brasileiros, que discutem no Congresso Brasileiro de Hepatologia a interação das novas drogas com o uso de medicamentos para o colesterol e hipertensão, por exemplo.

O boceprevir foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em julho deste ano, mas ainda aguarda o processo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) para estabelecer o preço que será comercializado. Já o telaprevir aguarda a aprovação da Anvisa, que está prevista para ocorrer até dezembro deste ano.

Custo por paciente — Estima-se que o valor do tratamento deve quase triplicar com a chegada dos medicamentos – um acréscimo de cerca de 10 mil reais por mês de tratamento. "Agora, é preciso aguardar uma portaria do ministério que vai estabelecer quem vai poder receber o tratamento e quanto o Sistema Único de Saúde (SUS) está disposto a pagar na rede pública. Normalmente, o governo adota novas tecnologias, mas demora cerca de três anos", explica Hugo Cheinquer, hepatologista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade Federal das Ciências da Saúde de Porto Alegre.

Quarta semana: 03 a 09/02/2012

A quarta injeção de Interferon foi no dia 03/02/2012.

Tive dores de cabeça durante quase toda a semana, que foram aliviadas com Dipirona.

O trabalho nessa semana me proporcionaram muito stress e tensão.

Semana difícil. Nessas condições não tem como seguir uma vida regrada, como recomendou meu médico.

Terceira semana: 27/01 a 02/02/2012

A terceira injeção de Interferon foi no dia 27/01/12.

Foi uma semana de muitas dores. 

Começou no pescoço com uma forte tensão na região do pescoço e terminou na região lombar. A dor era tanta que eu praticamente me arrastava. Tinha que andar curvada, pois não conseguia ficar ereta.

Liguei para o meu médico que me receitou Dorilax. Foi um alívio, mas me trouxe muita sonolência.

Comecei a perceber ressecamento na pele.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Consulta com minha ginecologista

No dia 09/02 fui à minha ginecologista.

Desde o dia em que descobri a Hepatite C, (graças à minha médica que pediu esse exame) eu não havia mais me consultado com ela.

Como meus exames de rotinas estavam um pouco atrasados, fui ver se estava tudo ok, e também, para atualizá-la sobre todos os passos que tomei após a descoberta da doença. 

Além da prescrição de alguns exames, perguntei à ela sobre o método de anti-concepção. Ela me indicou aqueles adesivos, mas me recomendou confirmar com meu médico se havia alguma restrição, pois afinal, todo e qualquer medicamento é absorvido pelo fígado.




domingo, 11 de março de 2012

Metade da população não sabe o que é hepatite C, indica Datafolha

28/09/2011 - 09h49
GRACILIANO ROCHA
DE SALVADOR

Os brasileiros sabem pouco sobre hepatite C, apesar de a doença ser responsável por metade dos quadros de cirrose ou câncer que demandam transplantes de fígado.

Pesquisa Datafolha mostra que metade da população (51%) não é capaz de dizer espontaneamente o que é a doença, apesar de reconhecê-la como grave e contagiosa.

Os dados da pesquisa, que ouviu 1.137 pessoas em 11 cidades no mês de julho, foram apresentados na terça-feira, em Salvador, durante o Congresso Brasileiro de Hepatologia. A margem de erro é de três pontos percentuais.
A Sociedade Brasileira de Hepatologia estima que até 2 milhões de brasileiros tenham a doença, mas só 20 mil estão em tratamento.
A pesquisa mostrou outro dado alarmante: 25% dos entrevistados acreditam, equivocadamente, que há vacina contra a hepatite C --e 7% dizem ter sido imunizados.
"As hepatites virais são doenças negligenciadas no Brasil. Precisamos fazer com elas o que foi feito com a Aids. Hoje todo mundo tem informação sobre o HIV", diz o presidente da sociedade, Raymundo Paraná.

DIAGNÓSTICO TARDIO

A hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser causada por vírus, bactérias, abuso de álcool e de medicamentos ou ser hereditária.
Descoberto em 1989, o tipo C é transmitido pelo uso compartilhado de agulhas e seringas contaminadas e em transfusões de sangue.
Se tratada nos estágios iniciais, a doença é curável.

Para efeito de comparação, o número de pacientes com cirrose hepática em decorrência de hepatite é duas vezes maior do que o dos que desenvolveram o quadro pelo consumo de álcool.

"Como 80% dos casos não apresentam sintomas, a pessoa não faz exames. Anos depois, temos de cuidar não de uma hepatite, mas de uma lesão séria no fígado", diz o infectologista Fernando Gonçales, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

A doença representou 70% das mortes entre todos os tipos de hepatites ocorridas nos últimos dez anos no país, ou seja, cerca de 14,9 mil mortes no período, segundo o Ministério da Saúde.

Fonte: Caderno Folha Equilíbrio de 28/09/2011

Kit Manicure

Completei neste final de semana meu kit manicure.

Usar ferramentas do próprio salão mesmo que esterilizadas? Nem pensar!

O meu kit além dos alicates de cutícula (mais que óbvio), tem espátula, cortador de unhas, tesourinha, vários tipos de lixa, palitos e vários esmaltes!

Nos EUA, mortalidade por hepatite C ultrapassa a da Aids

FOLHA EQUILÍBRIO E SAÚDE
DO "NEW YORK TIMES"
06/03/2012 - 10h40

Nos Estados Unidos, morrem mais pessoas por hepatite C do que por Aids, indica um novo relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Atualmente são mais de 3,2 milhões de norte-americanos infectados pela hepatite C.
Com base em dados de mais de 22 milhões de óbitos e suas causas, no período entre 1999-2007, os pesquisadores descobriram que a taxa de mortalidade por hepatite C passou de menos que três óbitos para quase 5 a cada cem mil.
Durante o mesmo período, a taxa de mortalidade em consequência do HIV diminuiu de mais de seis óbitos para pouco menos que quatro a cada cem mil.
Em 2007, ocorreram 15.106 mortes em decorrência da hepatite C e quase 75% na faixa etária entre 45 e 64 anos.
O relatório aparece na edição de 21 de fevereiro da revista "The Annals of Internal Medicine".
O médico John W. Ward, diretor da Divisão de Hepatite Viral dos centros de controle e um dos autores do estudo, afirmou que hoje existe um tratamento aproximadamente 70% eficaz na remoção do vírus do organismo.
Contudo, disse Ward, a maioria das pessoas infectadas não sabe de sua condição e não é tratada.
"As diminuições nas taxas de mortalidade relacionadas ao HIV são o reflexo do desenvolvimento de respostas à epidemia no domínio da saúde pública que melhoraram os exames e forneceram meios de acesso a um tratamento eficaz", afirmou.
Ele acrescentou que um programa parecido para a hepatite C ajudaria a se obter resultados semelhantes.

Segunda semana: 20 a 26/01/2012

A segunda injeção de Interferon foi no dia 20/01/12.

Alguns efeitos colaterais foram novidade como: gosto metalizado na boca e sono leve. Dorminhoca do jeito que eu sou, eu estava incrivelmente sem disposição para dormir, mesmo estando muito cansada.

As náuseas, os enjôos e as dores de cabeça ainda me acompanhavam. O Tylenol passou a ser meu companheiro diário.

Uma das coisas curiosas que ouvi sobre os efeitos colaterais era que se eu sentisse dor ou qualquer outro desconforto que viesse a me atrapalhar, eu deveria ser medicada (com remédios devidamente prescritos, claro) para não sofrer. Uma das coisas que também me foi explicado era que os efeitos colaterais são um indicador de que o medicamento estava fazendo efeito.

Primeira semana: 13 a 19/01/2012

Logo no café da manhã, mais dois comprimidos de Ribavirina.

Na primeira semana senti desconfortos que me causaram:
  • náuseas
  • enjôos
  • dores de cabeça
Esses sintomas foram bem tolerados. Para a dor de cabeça que era o que mais me incomodava, me recomendaram tomar Tylenol ou analgésicos a base de Paracetamol. Foi suficiente e fez com que minimizasse a dor. Eu tomei os remédios com muita parcimônia, e somente quando estava realmente insuportável.

Expectativas depois da 1ª injeção de Interferon

É engraçado como nossa mente tem força. Acredita que minutos depois da injeção já estava sentindo enjôos? Claro que era tudo imaginário, e não era pra menos, pois afinal, depois de tanto ler a respeito, minha mente e meu corpo pareciam estar condicionados a sentir tudo!

Bom, fui pra casa, preparei o que comer para o jantar e tomei os dois primeiros comprimidos de Ribavirina.

Fui dormir pensando como seria o meu primeiro dia sob os efeitos dos dois medicamentos.

domingo, 4 de março de 2012

Minha 1ª injeção de Interferon Peguilado – 13/01/2012

Chegou o grande dia!

Fui ao CRT com o meu marido para retirar os comprimidos de Ribavirina e tomar a 1ª injeção de Interferon Peguilado (Pegasys).

O atendente muito atencioso verificou minha papelada e explicou todos os procedimentos durante os 11 meses de tratamento. Disse que eu poderia tomar as injeções lá mesmo no CRT ou levar para casa as 4 doses do mês para eu mesma aplicar. Para isso, bastava eu trazer um isopor pequeno (as doses precisam ser refrigeradas). Como eu não sabia e não tinha certeza de nada, preferi claro tomar as primeiras injeções no próprio CRT para depois me decidir. Ele ainda me perguntou o dia que escolhi para tomar as injeções, e explicou dos possíveis efeitos colaterais e de toda assistência que o CRT para no caso de esses efeitos causarem desconfortos como anemia, perda de peso, depressão, etc. Disse que eu deveria tomar muita água, pois amenizaria os efeitos colaterais. Por fim, anotou minha altera e peso (1,74m e 71kg).

Para o mês, ele me entregou 120 cápsulas da Ribavirina, que eu deveria tomar 4 por dia, junto com as refeições (duas no café da manhã e duas no jantar). Depois, me entregou a caixinha do Pegasys.



Papelada carimbada e munida de todas as informações, ele me indicou a enfermaria e lá fui eu tomar a 1ª dose das 44.

Com tamanha ansiedade, cheguei à enfermaria. Uma das enfermeiras, muito atenciosa explicou em detalhes como seria o tratamento, as aplicações e os procedimentos que eu deveria adotar dali pra frente. Ela perguntou se eu iria sempre tomar as injeções ali. Se sim, eles abririam uma ficha de acompanhamento e em cada aplicação, verificariam minha pressão arterial, minha temperatura e peso. Eu seria acompanhada durante todo o tratamento. Como eu não tinha certeza e até cheguei a pensar na hipótese de me auto-aplicar, eu preferi ver como são as aplicações para depois decidir. Combinei que na 4ª aplicação eu viria com a decisão tomada.

Foram medidas minha pressão (11,8), a temperatura (36,6ºC) e peso (71,8kg).
Por se tratar de uma injeção subcutânea, me foram mostrados os pontos do corpo em que se pode fazer a aplicação: coxa, superfície externa do braço, abdome (exceto umbigo e cintura). O local da aplicação é sempre variado. Por exemplo: no mês serão quatro injeções. A primeira no abdome direito (ao lado do umbigo), a segunda no abdome esquerdo, a terceira no braço direito e a quarta no braço esquerdo. Depois inicia novamente. A aplicação é feita no local onde se apresenta maior camada de gordura.

A primeira aplicação foi no abdome direito. Com uma agulha bem fininha e curtinha. Não senti nada e foi super tranquilo. A enfermeira explicou que dentro de alguns dias eu ficaria com uma coloração rosada no local da aplicação, que permaneceria por semanas. Explicou também os efeitos colaterais e que deveria tomar muita água.

Saí dali confiante e com um contador em mente: menos 1 dia de tratamento!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Hepatite C na mídia

O tema Hepatite C tem cada vez estado mais presente na mídia. Será um alerta para as nossas autoridades de que já está mais do que na hora de se fazer fortes campanhas para informar, diagnosticar e tratar a população? Ja não está na hora das pessoas saberem?

Nâo saber que tem Hepatite C pode lhe custar a vida!

Faça o teste. Fale com seu médico!

Hepatite C mata mais nos Estados Unidos que HIV (estudo)
Veja.com - 23/02/2012
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/hepatite-c-mata-mais-nos-estados-unidos-que-o-hiv-estudo

Cura da Hepatite C será possível em 2 anos, dizem especialistas
Folha.com - 19/02/2012
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1050932-cura-da-hepatite-c-sera-possivel-em-2-anos-dizem-especialistas.shtml

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Fui aprovada no tratamento

No dia 09/01/12, assim que voltei de viagem e ao trabalho, liguei para o CRT e tive a grata surpresa: havia sido aprovada no tratamento.

Viva! Viva!

Como era uma segunda-feira, lembro-me do Dr. Infecto ter recomendado que eu tomasse o Interferon todas às sextas-feiras (é uma injeção subcutânea que eu deveria tomar 1 vez por semana), no final da tarde. O  efeito do medicamento começa a aparecer em aproximadamente 4 horas, e caso eu tivesse alguma reação eu já estaria em casa, e para no caso de um efeito colateral mais forte eu já estaria dormindo.

Eu contava os dias pra chegar a sexta-feira. Por incrível que pareça, esse dia seria uma sexta 13. Não sou nada supersticiosa e nem acredito nisso, mas, definitivamente esse era o meu dia de sorte!

A espera pela aprovação continuava...

Toda semana eu ligava para saber da aprovação do tratamento.

Confesso que cada vez mais eu ficava angustiada. Meu médico já havia me tranqüilizado de que tudo iria dar certo e que eu certamente conseguiria o tratamento. Como já estava muito próximo do Natal, meu médico recomendou que caso eu fosse aprovada, que não esperasse as festas de final de ano pra iniciar, mas que deveria iniciar o logo o tratamento. Ele fez esse comentário, porque muitos pacientes preferiam “tomar todas” como despedida para somente depois iniciar o tratamento.

Eu já estava com a idéia fixa de começar qualquer dia que fosse, mas infelizmente não dependia de mim.

Quase as vésperas do Natal eu ainda não tinha a resposta da aprovação. Daí eu decidi relaxar e deixaria para ligar somente na primeira semana de 2012, assim que voltasse de viagem de uma semana de descanso. Esses dias seriam a despedida para me preparar, comemorar o Natal e brindar o Novo Ano que iria começar e é claro, o recomeço da minha vida.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Apresentando a documentação para início do tratamento

O médico preencheu vários formulários + receituário de controle especial. Eu deveria junto com esses formulários, anexar exames que realizei. O informativo abaixo foi o que recebi.
Nele contém todas as informações sobre a documentação e o tratamento.
Com todos os documentos, dei entrada no início de Dez/2012 no CRT – Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, no bairro da Vila Mariana, na capital paulista.

Chegando lá, entreguei os papéis e me disseram que eu deveria aguardar uns 20 dias para saber se havia sido aprovada no tratamento. Estava tão ansiosa, que não via a hora de iniciar o tratamento, por isso, eu contava os dias.

Próximo da data, liguei para o telefone indicado e nada de resposta. Fiz várias tentativas e já estava ficando preocupada, pois já tinha lido sobre casos em outros estados na demora e até na falta do medicamento. Mais uma tentativa e a resposta: meu tratamento não tinha sido aprovado, pois faltava juntar mais dois exames: o anti-HIV e o HBsAg.

Corri para o Dr. Infecto e peguei as guias (detalhe: eu nunca havia tirado tanto sangue para fazer tantos exames!). Daí ele explicou que há pacientes portadores do HIV que também são portadores do vírus da Hepatite C. Casos como este, o tratamento é diferenciado. Este felizmente NÃO é o meu caso.

Retornar ao CRT com o resultado dos exames e dei entrada novamente nos papéis. Pronto! Agora tudo estava em ordem. Era só aguardar a aprovação.

Importante: uma das coisas que mais me chamou a atenção foi o tratamento e o atendimento desse CRT. Super humanizado e atencioso.

Explicando a biópsia e o tratamento

Munida do resultado da biópsia, levei ao Dr. Infecto que me explicou direitinho o diagnóstico.

Disse que o tipo de Fibrose Portal 3 é de estágio moderado (há uma escala de 1 a 4). E foi com esse exame que o médico chegou a uma hipótese: de que eu poderia ter contraído a doença no hospital, quando tinha 6 meses de vida, pois ele entendeu que pelo grau da fibrose, significava que eu convivo com a doença há muitos anos.

Eu não fiquei nada satisfeita com o que ouvi, mas ele me tranqüilizou dizendo que sou jovem, que não tenho problemas de saúde. Além disso, havia alguns prós que me favoreciam: ser de etnia branca, não ter diabetes, não ser obesa...

Com todos esses exames, o médico explicou que o tratamento duraria 11 meses, que eu deveria tomar dois tipos de medicamentos: o Interferon (Pegasys) injeção cutânea uma vez por semana, e a Ribavirina 2 cápsulas duas vezes ao dia (manhã e noite). Daí eu perguntei sobre os efeitos colaterais. Bom, são vários, mas ele disse que variam de pessoa pra pessoa. Mas foi ressaltado que alguns são muito freqüentes no início do tratamento, como dores de cabeça, enjôos, queda de cabelo, perda de peso, perda de apetite, paladar metálico, irritação, depressão (mais freqüente pra quem já possui histórico da doença), pele ressecada, secura nas mucosas, leve insônia, dores no corpo, etc, ... Mas depois o organismo vai se acostumando.

Perguntando sobre os custos do tratamento, disse que o SUS trata pacientes com hepatites gratuitamente e que bastava ele preencher alguns formulários para que fosse dar entrada na papelada para o início do tratamento. Ele ressaltou que só o Interferon, que não é fabricado no Brasil, custava muito, mas muito caro.

Nesse mesmo dia ele recomendou passar no CRT - Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, no bairro da Vila Mariana, na capital paulista para retirar os formulários. Nesse local, também tratam pacientes com hepatites. 

Voltando às orientações, disse ainda que a partir do início do tratamento, eu deveria levar uma vida mais regrada, com horários regulares, ter uma alimentação saudável e ZERO ÁLCOOL!

Agora quando ele falou da vida regrada, eu comecei a rir. Rir porque a vida que eu tenho não é lá nada regrada. Minha vida é uma loucura: trabalho em média de 12 a 14 horas por dia, tem a pós-graduação, cuidar da casa, do marido e ainda tem que sobrar tempo pra descansar, curtir a vida e relaxar. É sem dúvida seria um desafio!

Outro desafio era o de deixar um dos meus maiores prazeres: o vinho e a cervejinha do final de semana! Eu e meu marido já estávamos virando experts em vinhos. Já tínhamos os nossos rótulos e uvas preferidas. Estávamos sempre “alimentando” nossa mini adega. Como eu adoro cozinhar, sempre fazia um prato bacana para “harmonizar” com um deles. E os mais especiais sempre deixávamos para uma ocasião especial.

Bom, essas ocasiões especiais terão que esperar um pouco.

Imunizando contra as Hepatites A e B

Uma recomendação importante do médico foi a de tomar as vacinas contra as Hepatites A e B, uma vez que nunca havia tido contato com esses vírus. E como portadora da Hepatite C, caso eu venha a contrair qualquer uma dessas hepatites, poderia ser muito prejudicial ao fígado.

São 3 doses com as vacinas da Hepatite A + B em uma única injeção. Eu já tomei duas doses. Falta a 3ª, que tomarei no mês de Abril/2012.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Biópsia hepática

Em Setembro de 2011 fui fazer a biópsia hepática. As explicações do médico do procedimento desse exame me causaram calafrios. Imagina uma agulha perfurando seu fígado para retirar uma amostra. Literalmente tirariam meu fígado - na verdade um fragmento...  risos.

Fiz o procedimento num excelente hospital da capital.

Não vou dizer que não tive medo, mas eu estava apreensiva e muito ansiosa. Meu marido estava ali para me dar força e me acompanhar. No dia do procedimento, tive que levar todos os exames que havia feito. Não foi necessária internação.

A equipe do hospital que me atendeu foi super atenciosa. Tenho certeza que isso em muito contribuiu para que eu ficasse calma e tranquila. Tudo durou pouco mais de 1 hora entre a anestesia (local) e o procedimento.

Logo após, fui para um quarto e a recomendação era permanecer deitada de lado, em cima do curativo por algumas horas, pois de acordo com o médico, podia ocorrer sangramento na região. Fiquei ainda em observação umas 4 horas, depois fui liberada para ir pra casa me recuperar.

No dia seguinte já pude trabalhar, mas a recomendação era não fazer nenhum esforço.
Por uns 10 dias senti dores na região, mas nada que atrapalhasse meu dia a dia. Tudo correu perfeitamente bem.

Semanas depois saiu o resultado.

DIAGNÓSTICO: BIÓPSIA HEPÁTICA:- HEPATITE CRÔNICA COM MODERADA ATIVIDADE E FIBROSE PORTAL EM PONTE COM ÁREAS DE TRANSFORMAÇÃO NODULAR. MÍNIMA ATIVIDADE INFLAMATÓRIA LOBULAR PRESENTE (METAVIR A2F3).

Classificação das hepatites segundo a SBP
Fibrose portal: 3
Inflamação portal: 2
Atividade periportal: 2
Atividade parenquimatosa: 1

Difícil compreender o resultado, não? Estava ansiosa para retornar ao meu infecto para que ele explicasse direitinho o exame, e me indicasse o próximo passo.

A Hepatite C e os tratamentos

O médico me explicou a bateria de exames que eu deveria fazer, da biopsia hepática para saber como estava o fígado, como seria o tratamento e as probabilidades e o sucesso de cura.

Ele explicou que há 3 tipos de genótipos. O genótipo 1 e os genótipos 2 e 3. O primeiro é o mais comum entre os pacientes infectados com o vírus HCV, mas é o mais resistente e mais difícil de tratar. O tratamento tem duração de 11 meses. Já os genótipos 2 e 3 são mais fáceis de tratar, pois respondem melhor ao tratamento. O tratamento tem duração de 6 meses.

A bateria de exames que eu faria revelaria muitas coisas, inclusive o tipo de genótipo e, consequentemente, a identificação do tratamento mais adequado.

Uma das dúvidas que tive foi com relação aos custos do tratamento. O Dr. Infecto para minha surpresa explicou que custava zero Reais pelo SUS. O SUS (Sistema Único de Saúde) trata pacientes com hepatite C gratuitamente, e bastava eu provar que precisava do tratamento. Afirmou ainda que a entrada nos papéis é um tanto burocrática, mas não demorada. Logo imaginei que se justifica pelo alto custo do tratamento.
Para solicitar o tratamento, todos os exames devem ser anexados a inúmeros formulários. Um médico do SUS confere os exames e avalia se preencho todos os requisitos para iniciar o tratamento. O tratamento é composto por dois tipos de medicamento. Uma injeção e comprimidos via administração oral. A injeção é o Interferon Peguilado (Pegasys – alfapeginterferona 2 a*), fabricado na Suíça, pelos laboratórios Roche, e a Ribavirina (ribavirina 250mg) fabricada pelo Fundação Osvaldo Cruz/Farmanguinhos. A combinação desses dois medicamentos é que combaterão o vírus.

O doutor explicou que o Interferon possui atividade antiviral, estimulando o sistema de defesa a atacar os antígenos dos vírus que se estabeleceram nas células. Por ser um imunomodulador, ativa o sistema imunológico de diversas formas, fazendo com que este atue com maior eficácia na luta contra as doenças.

Os primeiros exames foram pedidos (todos de sangue): Glicose, Creatinina, Transaminase Oxalacética, Transaminase Pirúvica, Hemograma com Contagem de Plaquetas, Tempo de Protrombina e Atividade, Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada, HormônioTireoestimulante, Ultra Sensível TSH, Alfa Fetoproteína, Perfil Hepatite A (Anti HAV) e Hepatite B (Anticorpo Anti HBs). Foi-me também solicitado um novo exame para detectar e confirmar a presença do vírus. Detecção do Vírus da Hepatite C (HCV) e deu o seguinte resultado: >Limite de detecção: 30UI/mL

Pronto, com a confirmação da presença do vírus, exames mais específicos foram solicitados, como: Carga Viral e a genotipagem para a Hepatite C . Confirmada a detecção do vírus, eu pelo menos tinha a esperança de o resultado não acusar o Genótipo 1. Bom, não diferente da maioria da população, confirmou-se o Genótipo Subtipo 1B. Já a Carga Viral de 547.302 UI/mL.

Correndo atrás de um infectologista

Sai na busca desesperada pelo infectologista. No livro do convênio, encontrei um consultório, perto do meu trabalho, no bairro de Higienópolis, na capital paulista.

Munida dos exames que minha gineco pediu, apresentei–os ao médico. Muito atencioso, ele me pediu que contasse como eu havia descoberto a doença. Comecei contando que queria engravidar, que fiz alguns exames e acabei descobrindo. Querendo saber mais, ele disse que faria algumas perguntas sobre minha vida e meus hábitos. As perguntas foram: “tem tatuagem?”“usa piercing?”“é usuária de drogas?”“têm ou já teve vários parceiros sexuais?”“já passou por alguma cirurgia?”“já recebeu transfusão de sangue?”, A resposta foi “não” para todas, menos a última, pois eu me lembrei que quando tinha 6 meses de nascida, viajamos para a cidade da minha mãe, no interior de Minas Gerais e me deram leite fresco, tirado direto da vaca . Passei mal e desidratei. Minha mãe disse que fiquei tão mal, que fui internada às pressas. Internaram-me num hospital da zona oeste, na capital paulista. Cheguei a ficar em coma e de acordo com minha mãe, os médicos chegaram a me desenganar, pois acreditavam que eu não sobreviveria. Expliquei ao Dr. Infecto que esse foi o episódio mais grave de saúde.

Ele retomou suas explicações e disse que nessa internação eu poderia ter contraído o vírus da Hepatite C, pois naquele ano (eu nasci em 1972), a doença ainda não havia sido descoberta, e não se tinha o cuidado que se tem hoje com utilização de agulhas, transfusão de sangue, etc.

Mais, tarde pensei em outra hipótese: dentista. Quando adolescente fiz tratamentos dentários em alguns consultórios nada lá muito apresentáveis.

O Dr. Infecto ainda explicou que a Hepatite C só foi descoberta no final dos anos 80, e que o teste para a detecção do vírus somente começou a ser feito no inicio dos anos 90.

Bem, a verdade é que jamais descobrirei onde contraí a doença. 

As Hepatites

Há 3 tipos de Hepatites, explicou o médico: A Hepatite A, Hepatite B e a Hepatite C.

Hepatite A
Ingestão de água e alimentos contaminados. Contato com urina e fezes contaminadas. Contágio poderá ocorrer, entre outras formas, durante o ato sexual com parceiro infectado, banho em águas contaminadas, através da saliva no compartilhamento de copos e talheres com pessoa contaminada.

Hepatite B
Contato com sangue contaminado e outros fluídos corporais. O contágio ocorre, entre outras formas, durante o ato sexual com parceiro infectado, na gestação e amamentação por mulheres portadoras, pela saliva, urina e fezes.

Hepatite C
Somente no contato de sangue com sangue contaminado. Transfusões de sangue e seus derivados – principalmente antes de 1993 – indica a maior forma de contágio. Embora incomum, a transmissão sexual é possível.