Eu tenho o meu próprio kit. E você?

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terça-feira, 23 de abril de 2019

Um breve up date

Olá. Tudo bem?

Se eu te contar que a vida está fácil em termos de tempo, te digo que não está não. Mas tudo, tudo mesmo é compensado com o maior e melhor presente que recebi - meus filhos!
Isso mesmo, um casal de anjinhos que completaram recentemente 2 anos 6 meses.

Ter filhos era um sonho que eu e o meu marido vínhamos perseguindo desde o início do ano de 2013. Mas a hepatite C ainda me assombrava. Foi após eu não responder ao primeiro tratamento com Ribavirina e Interferon Peguilado (post aqui), que decidi retratar somente após ter filhos. Como tudo estava sob controle e havia a expectativa da chegada de novas medicações, e quem sabe, um novo protocolo de tratamento para grau de fibrose F1, eu então estava liberada pra engravidar.

Sem sucesso em engravidar naturalmente, decidimos pela fertilização "in vitro". Minha ginecologista me indicou um especialista em reprodução humana e lá fomos nós. Na segunda tentativa, lá estava eu grávida de gêmeos. Não poderíamos ter recebido notícia melhor.

Levei a gravidez muito bem até a 30ª semana, quando pernas e pés começaram a inchar e uma coceira terrível tomou conta do meu corpo. A coceira foi ficando tão intensa que eu não dormia mais (à noite piorava muito). Fui em diversos médico, fiz testes alérgicos, e até (pasmem) sarna uma dermatologista disse que eu tinha.

Quando eu completei  a semana 35 da gestação, recebi o resultado dos exames que detectaram alteração nas enzimas do fígado e pressão alta (incrível que eu não sentia absolutamente nada!). Falei com minha obstetra que pediu que eu fosse ao hospital com o resultado dos exames e os refizesse. Bem, chegando lá, mediram minha pressão e fizeram ultrassom para ver como estavam os bebês - pressão altíssima e o menino já estava entrando em sofrimento fetal. Um desespero tomou conta de mim e eu só chorava. Não demorou muito para decidirem me internar para um parto cesariana de emergência. Diagnóstico: pré-eclâmpsia.

Pensa num misto de pânico, medo, medo e ansiedade? Eu só pensava nos meus bebês.
Após me prepararem, lá fui eu para a sala de parto.

Minutos depois, nascia o menino (precisou de oxigênio), e a menina. Ele foram para a UTI neo natal (estava tudo bem. era pra ganhar peso), e eu para a UTI.  Fui monitorada e tratada com sulfato de magnésia. Eu só vi as crianças no 3º dia!

O difícil é que após minha alta eu não levei as crianças pra casa. Entre idas e vindas da casa pro hospital pra ver as crianças foram 15 dias.

Enfim, passado todos os riscos, refleti por diversas vezes os riscos que eu e as crianças passamos. Mas não foi apenas pela pré-eclâmpsia, mas também pela Síndrome de Hellp, um transtorno específico da gravidez caracterizado por hemólise, elevação de enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas. 

A sigla quer dizer: 

H: hemólise (fragmentação das células do sangue); 
EL: elevação das enzimas hepáticas, e 
LP: baixa contagem de plaquetas.

Há muita desinformação sobre o assunto, mas no próximo post vou contar como foi minha experiência e como eu administrei o efeitos após a gravidez.

Até logo mais!

Helena


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