Eu tenho o meu próprio kit. E você?

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Explicando a biópsia e o tratamento

Munida do resultado da biópsia, levei ao Dr. Infecto que me explicou direitinho o diagnóstico.

Disse que o tipo de Fibrose Portal 3 é de estágio moderado (há uma escala de 1 a 4). E foi com esse exame que o médico chegou a uma hipótese: de que eu poderia ter contraído a doença no hospital, quando tinha 6 meses de vida, pois ele entendeu que pelo grau da fibrose, significava que eu convivo com a doença há muitos anos.

Eu não fiquei nada satisfeita com o que ouvi, mas ele me tranqüilizou dizendo que sou jovem, que não tenho problemas de saúde. Além disso, havia alguns prós que me favoreciam: ser de etnia branca, não ter diabetes, não ser obesa...

Com todos esses exames, o médico explicou que o tratamento duraria 11 meses, que eu deveria tomar dois tipos de medicamentos: o Interferon (Pegasys) injeção cutânea uma vez por semana, e a Ribavirina 2 cápsulas duas vezes ao dia (manhã e noite). Daí eu perguntei sobre os efeitos colaterais. Bom, são vários, mas ele disse que variam de pessoa pra pessoa. Mas foi ressaltado que alguns são muito freqüentes no início do tratamento, como dores de cabeça, enjôos, queda de cabelo, perda de peso, perda de apetite, paladar metálico, irritação, depressão (mais freqüente pra quem já possui histórico da doença), pele ressecada, secura nas mucosas, leve insônia, dores no corpo, etc, ... Mas depois o organismo vai se acostumando.

Perguntando sobre os custos do tratamento, disse que o SUS trata pacientes com hepatites gratuitamente e que bastava ele preencher alguns formulários para que fosse dar entrada na papelada para o início do tratamento. Ele ressaltou que só o Interferon, que não é fabricado no Brasil, custava muito, mas muito caro.

Nesse mesmo dia ele recomendou passar no CRT - Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, no bairro da Vila Mariana, na capital paulista para retirar os formulários. Nesse local, também tratam pacientes com hepatites. 

Voltando às orientações, disse ainda que a partir do início do tratamento, eu deveria levar uma vida mais regrada, com horários regulares, ter uma alimentação saudável e ZERO ÁLCOOL!

Agora quando ele falou da vida regrada, eu comecei a rir. Rir porque a vida que eu tenho não é lá nada regrada. Minha vida é uma loucura: trabalho em média de 12 a 14 horas por dia, tem a pós-graduação, cuidar da casa, do marido e ainda tem que sobrar tempo pra descansar, curtir a vida e relaxar. É sem dúvida seria um desafio!

Outro desafio era o de deixar um dos meus maiores prazeres: o vinho e a cervejinha do final de semana! Eu e meu marido já estávamos virando experts em vinhos. Já tínhamos os nossos rótulos e uvas preferidas. Estávamos sempre “alimentando” nossa mini adega. Como eu adoro cozinhar, sempre fazia um prato bacana para “harmonizar” com um deles. E os mais especiais sempre deixávamos para uma ocasião especial.

Bom, essas ocasiões especiais terão que esperar um pouco.

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